Artigos e Opiniões

Pioneiros

Por: O Pacaembuense


Aos 80 anos, Maria Angélica de Sillos Barbosa, conhecida carinhosamente por Zeca, traz aos Pacaembueses sua história de vida e amor à cidade Paraíso. A pioneira nasceu no dia 19 de novembro de 1942, na fazenda Barro Branco em Mogi Guaçu, de propriedade de seu avô, hoje pertencente a Champion Celulose.

Zeca passou sua infância e juventude estudando nos colégios da Imaculada Conceição (Moji Mirim) e Santo André (São João da Boa vista) dos quais, segundo ela, guarda belas lembranças como a fanfarra, vôlei, desfile de modas, etc.

Em 1962, quase com 18 anos, ela veio para Pacaembu para lecionar e aqui fixou sua raiz: casou-se com Paulo Sales Barbosa, com o qual teve um casal de filhos: Ana Paula e Tiago. Mais tarde a vida lhes presentearam com a vinda de dois netos: Maria Clara e Caynã.

No início, quando Pacaembu caminhava para o desenvolvimento, Zeca ressalta que tudo aqui era precário. Não tinha asfalto e a luz elétrica das ruas apagavam às 22h. As casas em sua maioria eram de madeira e pouquíssimas tinham telefone fixo. Quando precisavam, corriam no Centro telefônico. Não tinha rede de esgoto, mas a água era encanada.

A pioneira evidencia que os munícipes participavam de tudo, pois havia um alto falante que dava as notícias. Na época, a Santa Casa era pequena e aos poucos ia se remodelando. A vida social, segundo ela, se dividia no saudoso Tênis Clube, tendo bailes com grandes orquestras e lembra que antes de sua instalação, era no “Alpargatas”, o qual ficava onde hoje é a Câmara Municipal, onde desfrutavam de belíssimos carnavais familiares, grandes bailes e desfile de modas.

Zeca lembra que havia na cidade grandes eventos como o Mini Mis, Festa do Café, Quermesse da Igreja Católica, Festa do Peão, Mis Pacaembu, e outros eventos. A zona rural era bem movimentada, apesar das estradas serem precárias, principalmente na época chuvosa.

Como professora, não podia deixar de citar as escolas da zona rural que eram simples e a maioria não tinha cozinha. Os professores faziam a sopa escolar num fogão de tijolos ao ar livre. Relata que era muito sacrificado, cada sala funcionava com 2 ou 3 séries juntas, mas os professores davam conta de tudo. Também não tinha ônibus para a zona rural, haviam as “Jardineiras”.

Zeca relata que a Paróquia Nossa Senhora das Graças também sofreu modificações na sua parte física e hoje é uma construção muito bonita, que alegra nossos olhos para agradecer a Deus. Na parte do rito houve mudança, pois ela chegou a usar véu, missal em latim e o padre rezava missa de costa para a assembleia.

“Tenho saudades dos padres e irmãs Irlandeses, pelas quais exerceram influência na nossa cultura”.

Ela evidencia também que nesses 60 anos que mora em Pacaembu, considera a “Cidade Paraíso”, onde viu uma parte de sua existência evoluir, cultivou boas amizades e apesar de perder seu esposo, é feliz aqui e guarda boas lembranças de como era Pacaembu.

Zeca conclui deixando aos Pacaembuenses votos de um feliz Natal e um Ano Novo com Cristo no coração e ainda conclui dizendo:

“ A mensagem que deixo a vocês, meus irmãos é de muito trabalho honesto, muitas orações, doação para que nossa cidade continue crescendo e sendo hospitaleira como sempre foi e só assim seremos felizes e deixaremos para juventude que está chegando, um lugar bom de se viver”.


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