Para economistas do Oeste Paulista, 2015 não será um bom ano para a economia brasileira. A previsão dos profissionais é de que a inflação chegue ao limite da meta do governo e, por isso, as pessoas tenham que se adequar a esta "instabilidade" e ter "cautela nos gastos".
De acordo com o economista Moisés Silva Martins, os moradores da região terão que conviver com aumentos constantes, principalmente, nos setores básicos de água, luz, moradia e alimentação. "O Produto Interno Bruto (PIB), ou seja, a produção de toda riqueza nacional está com dificuldades para cumprir o mínimo desejável que se espera de uma população de mais de 200 milhões de habitantes. Portanto, é preciso ter cuidado e se planejar melhor no próximo ano", explica Martins.
A economista Edilene Murashita Takenaka acrescenta que a alta das expectativas de inflação para 2015 são reforçadas diante do aumento nos preços das mercadorias em geral e a baixa expectativa para o crescimento do PIB. "O próximo ano reflete o enfraquecimento da atividade econômica brasileira, com o aumento nos índices de desemprego e inadimplência. Este fato que influencia diretamente a economia do Oeste Paulista".
Para os profissionais, a região precisa inovar e investir em setores do agronegócio e serviço, que, segundo Martins, "sem dúvida, são os mais promissores atualmente".
Na opinião de Takenaka, para que a região possa voltar a ter índices de crescimento e dinamismo econômico é preciso reduzir a burocracia e fomentar o empreendedorismo local. "Necessitamos de uma reforma tributária com a redução dos impostos. Além disso, posso destacar o investimento em infraestrutura que permita reduzir aquilo que chamamos de 'custo-Brasil'", explica a economista.
Por outro lado, Martins afirma que nem tudo será "ruim" no próximo ano para a região. Ele destaca o setor sucroenergético que, nos dois últimos anos, sofreu uma queda, mas tem chances de recuperar parte dos prejuízos. "O governo deu sinal de incentivo e isso pode acontecer positivamente em 2015". Já a parte agrícola poderá se reerguer caso passe por um processo de inovação. "Com isso, novos empregos nas empresas poderão ser criados", destaca.
Para a Nova Alta Paulista, a previsão do economista Luciano Schmidt é que o setor sucroalcooleiro traga diversos benefícios à região. Conforme ele, as usinas de açúcar e etanol são responsáveis por parte do dinheiro dos municípios e oferecem trabalhos. "Em Dracena, a partir de março de 2015, serão construídas mais quatro usinas fotovoltaicas. Esses investimentos custarão em torno de R$ 500 milhões e movimentam a economia", afirma.
Ainda conforme Schmidt, com a construção de novas usinas, Dracena poderá sofrer um aumento populacional de até 15 mil pessoas para os próximos anos. "Esse fator mudará o perfil socioeconômico na região", acrescenta.
Segundo os economistas, não existe milagre para não sofrer com a economia no próximo ano, apenas "controlar as despesas". "O termo correto é bom senso. A população precisa evitar gastos desnecessários para não se endividar", diz Takenaka.
Para Schmidt, "pensar antes de consumir" é uma das dicas. Em complemento, Martins diz que o brasileiro "precisa ser firme na incerteza". "As pessoas devem, sempre que puderem, poupar o que tem para o dia seguinte. Estarem avessas ao risco", finaliza.