INTERNACIONAL - Uma nova substância é capaz de enganar o organismo, levando-o a perder peso e combater a obesidade. Coordenados por pesquisadores do Instituto Salk (EUA), os testes com a "pílula da refeição imaginária", como eles apelidaram o composto, funcionaram em camundongos. E os cientistas estão empolgados para experimentá-la em humanos.
Além de queimar gordura, a substância, chamada fexaramina, diminui o colesterol, a pressão sanguínea e os níveis de açúcar, controlando o diabetes. A diferença em relação a outros medicamentos no mercado é que ela não penetra na corrente sanguínea, permanecendo apenas no aparelho digestivo, o que reduz os efeitos colaterais.
A fexaramina ativa uma proteína chamada receptor farensoid X (FXR), que controla a liberação de ácidos biliares do fígado, a digestão do alimento e o estoque de gorduras e açúcares. Outras drogas contra a obesidade bloqueiam a absorção de gordura, já esta queima seu excesso. O laboratório de Evans trabalha há 20 anos com o FXR, mas há outros centros de pesquisa que também estão estudando drogas com função parecida.
Camundongos diabéticos e obesos receberam a substância por cinco semanas. Segundo Michael Downes, coautor e pesquisador Laboratório de Expressão Gênica de Salk, foram encontrados os seguintes resultados: os níveis de glicose voltaram ao normal de um animal não diabético; houve redução dos níveis de colesterol em 35%; de insulina, em 70%; de massa de gordura em 45%; e eles ainda deixaram de ganhar peso.
População de obesos
Dados de 2014 da pesquisa Vigitel, do Ministério da Saúde, mostram que 50,8% dos brasileiros estão acima do peso ideal, e destes, 17,5% são obesos. Além disso, a prevalência de mulheres com diabetes é de 7,2%, contra 6,5% nos homens. Entre pessoas com mais de 65 anos, o índice de diabéticos chega a 22%. A obesidade e a diabetes levam a complicações cardíacas e diminuem a expectativa de vida.