A Polícia Civil concluiu o inquérito que apurava a morte da adolescente Ana Clara Zorneck, de 16 anos, que foi atropelada na madrugada do dia 25 de dezembro, em Pacaembu. O agente penitenciário de 29 anos, acusado de causar o acidente, foi indiciado por homicido qualificado doloso nesta quarta-feira (4).
Atualmente, ele cumpre o mandado de prisão temporária que, conforme o delegado André Eustáquio da Fonseca, encerra nesta sexta-feira (6). "Foi representado e encaminhado para o Fórum o pedido de prisão preventiva e está sob análise da Justiça", disse o delegado. No entanto, Fonseca explica que para ser concedido, o promotor do Ministério Público (MP) precisa se manifestar.
As informações obtidas por meio das investigações apontaram que o atropelamento "foi intencional". "As testemunhas que presenciaram o momento dos fatos apontaram que o condutor acelerou e, ao se aproximar, jogou o carro para a direita, em direção aos dos jovens que estavam próximo ao meio-fio", afirmou o delegado.
Diante da situação, alguns jovens correram. Porém, a adolescente não conseguiu escapar. "Também foi constatado que existia uma ligação anterior entre os dois. A vítima foi procurada pelo agente penitenciário poucas horas antes do fato", disse.
Ainda de acordo com Fonseca, o fato de maior destaque apontado pelo laudo do local do atropelamento foi que não havia sinais de frenagem. "Essa situação aponta que ele seguiu reto e não parou, o que seria a reação natural de quando você atropela alguém", afirmou o delegado.
Durante o andamento do caso, o agente penitenciário declarou que estava na direção do veículo e que se envolveu no capotamento da Rodovia Comandante João Ribeiro de Barros.
O agente penitenciário continua detido na Cadeia de Adamantina e, caso seja concedida a prisão preventiva, ele será encaminhado para outra unidade, conforme o delegado. "Por ser agente penitenciário, ele não pode ser levado para unidades como a de Caiuá, por exemplo", comentou.
Caso
Na madrugada do dia 25 de dezembro, a vítima estava com alguns amigos de 16 e 17 anos, sob a copa de uma árvore, quando um VW Gol que transitava pela via, no sentido Centro-trevo, se aproximou e foi para cima dos adolescentes, conforme o boletim policial.
O condutor estava em velocidade incompatível com o local dos fatos, de acordo com a polícia. Alguns jovens se esquivaram, exceto a vítima que, ao ser atingida, foi arremessada por aproximadamente 15 metros de distância.
Após o atropelamento, também conforme o boletim, o citado veículo seguiu em alta velocidade rumo ao trevo principal de Pacaembu. Logo em seguida, a polícia recebeu um comunicado de que um Gol se envolveu em um capotamento na Rodovia Comandante João Ribeiro de Barros. Ainda de acordo com a corporação, as testemunhas reconheceram o veículo como o mesmo que atropelou Ana Clara.
A polícia compareceu ao local e, durante a perícia no veículo, localizou no para-brisa "um chumaço de cabelos que poderia ser da vítima".
Já o condutor do veículo capotado fugiu do local. Segundo o boletim, no local do atropelamento foi encontrado um símbolo da VW, que se deslocou no momento do acidente.