Nesta segunda-feira, 17 de novembro, é celebrado o Dia Nacional de Combate à Tuberculose, uma data voltada à conscientização da população sobre a importância da prevenção, do diagnóstico precoce e do tratamento correto da doença. A data é diferente do Dia Mundial de Combate à Tuberculose, lembrado em 24 de março.
Em entrevista, a enfermeira Paula Soriano, que atua na UBS (Unidade Básica de Saúde) de Pacaembu, explicou que a tuberculose é uma doença infecciosa e transmissível, causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, também conhecida como bacilo de Koch.
“Apesar de ser uma enfermidade antiga, a tuberculose continua sendo um importante problema de saúde pública”, destaca Paula. A forma pulmonar é a mais frequente, mas a doença também pode acometer outros órgãos e sistemas (forma extrapulmonar).
Paula reforça que os sintomas são tosse por três semanas ou mais (geralmente produtiva); febre, principalmente no período da tarde; sudorese noturna; perda de peso.
A enfermeira orienta que, caso a pessoa apresente esses sintomas, é fundamental procurar a unidade de saúde mais próxima para avaliação e realização de exames.
Se o resultado for positivo, o tratamento deve ser iniciado imediatamente e seguido até o final, mesmo que haja melhora dos sintomas.
Referente à transmissão, ela evidencia que ocorre pelo ar, por meio de gotículas expelidas ao tossir, falar ou espirrar por uma pessoa com tuberculose pulmonar ativa e sem tratamento. Importante destacar que a doença não é transmitida por objetos compartilhados. Com o início do tratamento, a transmissibilidade diminui gradativamente e, geralmente, após 15 dias, o risco de contágio é bastante reduzido.
O diagnóstico é realizado conforme o Manual de Recomendações para o Controle da Tuberculose no Brasil. O exame de baciloscopia do escarro é o mais comum, mas outros testes também podem ser solicitados pelos profissionais de saúde.
Quanto ao tratamento Paula diz que é gratuito, tem duração mínima de seis meses e está disponível exclusivamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Quando seguido corretamente, o tratamento leva à cura completa da doença.
A enfermeira ressalta a importância do TDO (Tratamento Diretamente Observado), no qual um profissional de saúde acompanha a tomada do medicamento.
“Logo no início o paciente já se sente melhor, mas é essencial que ele não interrompa o tratamento, para evitar complicações e resistência medicamentosa”, reforça Paula.
Quanto à prevenção, ela relata que a vacina BCG, oferecida gratuitamente pelo SUS, protege as crianças contra as formas mais graves da doença, como a tuberculose miliar e a meníngea. Ela é aplicada nas maternidades ou nas salas de vacinação das unidades de saúde, preferencialmente logo após o nascimento. Para reduzir o risco de transmissão, é importante: Manter ambientes ventilados e com luz solar; praticar a higiene da tosse, cobrindo a boca com o antebraço ou lenço; evitar aglomerações; e, em locais fechados ou de alta circulação, adotar medidas de controle da infecção, incluindo o uso de máscaras e equipamentos de proteção respiratória.